Autoestima e relacionamentos abusivos: estariam esses relacionados?

Existe uma concepção equivocada de que pessoas “bem resolvidas” não se envolvem em relacionamentos abusivos. Spoiler: não é bem assim.

Entendemos que uma pessoa com uma autoestima satisfatória tem menor probabilidade de se envolver em um relacionamento abusivo.

Isso pois essa pessoa tem maior potencial de perceber que ela não merece ser agredida e pode encontrar felicidade na solitude.

Assim como reconhece que pode encontrar outra pessoa que a ame, visto que ela é digna de ser amada.

Enquanto uma pessoa com baixa autoestima, ao perceber o companheiro ou a companheira lhe tratando de forma abusiva pode acreditar que de alguma forma ela merece isso, ou que ela estaria pior sozinha.

No entanto, até uma pessoa com uma boa autoestima pode se envolver em um relacionamento abusivo.

Mas porquê? Leia abaixo sobre relacionamentos abusivos e porque é tão difícil terminar.

Porque é tão difícil terminar?

Pela ótica do behaviorismo, existe uma maior probabilidade de um comportamento voltar a acontecer se este for reforçado. No contexto de um relacionamento abusivo, a lógica é a mesma.

Frequentemente acreditamos que um parceiro ou uma parceira abusiva é uma pessoa que é sempre ruim pra o outro. Que ela só maltrata, manipula, agride. Que ela jamais ama aquele/a com quem ela namora.

Muitas vezes, a realidade é bem diferente. O parceiro/a abusivo/a com frequência também se encontra em sofrimento, e é capaz de amar e serem bom parceiro/a em grande parte do tempo.

O que acontece então?

Quando aquele parceiro se comporta de forma abusiva, a outra parte do relacionamento pode continuar presa nos momentos bons, que geralmente foram ou são muito bons.

Ela também pode perceber o sofrimento do parceiro abusivo, e “em nome do amor” que ambos sentem um pelo outro, continuar tentando.

Geralmente esse é o ciclo do relacionamento abusivo. Isso porque o relacionamento é extremamente reforçador pra as pessoas envolvidas.

O processo terapêutico voltado para a tomada de consciência e de decisões pode ser extremamente benéfico pra as duas partes que estão no relacionamento.

Você não precisa passar por isso em solidão.